quarta-feira, 20 de outubro de 2010

¿ Inércia Comportamental ¿


"Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento retilíneo e uniforme, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças a ele impressas."
Primeira lei de Isaac Newton

Deve existir um nome científico para o fato da inércia do comportamento das pessoas, mais ou menos o problema se dá da seguinte maneira: as pessoas vêm executando suas tarefas da mesma maneira todos os dias, utilizando os mesmos produtos e tecnologias, todos os dias. Isso gera certo conforto, pois apesar de um certo grau de variabilidade as pessoas já sabem o resultado final.
Mas eis que surge uma nova tecnologia ou um novo produto, a maior parte das pessoas leva um tempo para aceitar que existe uma outra possibilidade (sem fazer julgamento de certo ou errado, até porque muitas vezes a novidade realmente é um tremendo rolo, complicando mais do que ajudando), algumas pessoas ainda se armam contra isso, ou seja não só se negam a experimentar uma outra alternativa, como também fazem propaganda contrária.
São lançados no mercado milhões de novas soluções todos os dias, é claro que muitas delas não funcionam, daí vêm um outro parâmetro para a inércia comportamental, muitas pessoas não têm a intenção de buscar conhecimento para poder ponderar (se bem que mesmo sem saber do que se trata normalmente todo mundo dá sua opinião como se soubesse, incluindo minha pessoa muitas vezes) sobre um procedimento, tecnologia ou produto novo, acabando por entrar em uma nova rotina, seja ela melhor ou pior que a anterior, ou fazem propaganda contraria a novidade e a favor do modelo anterior.

Como já disse trabalho com construção civil, neste ramo a inércia é gritante. Apesar da grande inserção de novas tecnologias, processos de qualidade dentre outros fatores fizeram a construção se modernizar, a maior parte das construtoras (e que não são as de grande porte, se bem que até essas algumas vezes... deixa pra outro post) ainda opera em um modelo construtivo que pouco mudou desde o século passado, empilhando blocos cerâmicos e argamassa, depois quebrando tudo para passar tubulações e fazendo outros processos de retrabalho. 
De modo que se consome mais matéria prima, mais mão-de-obra e gera desperdícios em vários âmbitos. (Ok, calma eu não tenho a intenção de falar sobre desperdício, modelo Toyota ou nenhum processo de qualidade) Mas voltando a inércia e vinculando com o parágrafo anterior, na obra estávamos procurando uma maneira de reduzir custos, encontramos um fornecedor de  que vendia tubulações feitas de material reciclado, ele tinha selo do IMETRO e todos os registros pertinentes, assim resolvemos comprar para testar o produto e caso apresenta-se bom desempenho o utilizaríamos em toda a rede de esgoto (tais tubulações de material reciclado foram destinadas apenas a rede de esgotos das casas, antes que se crie um juízo sobre resíduos e saúde dos usuário), quando descarregaram o material na obra o mestre veio e disse que não conhecia a marca e que aquele material deveria ser uma porcaria (O mais interessante é que ele não conhecia a marca, nunca tinha trabalhando com aquele material, mas já tinha sua opinião bem formada).
 O material tinha algumas peculiaridades, como as conexões, não deveria ser esquentado para fazer dobras ou bolsas ( coisas que os outros materiais também não deveriam fazer, mas que na hora em que se vira as costas o pessoal do canteiro de obras faz e depois quando se vê o retrabalho é imenso, mas isso também não vem ao caso agora). Só para ilustrar o que comentei dentro de um sistema tradicional convencional, existe uma grande resistência a mudanças, mas isso não é só lá. Isso me remete a questão da sustentabilidade, hoje isso é essencial e na maior parte das vezes é economicamente mais vantajoso, contudo algumas pessoas ainda teimam em ver a sustentabilidade como um obstáculo produtivo. 
Vencer a inércia, é uma passo importante para evoluir e se diferenciar dos nossos concorrentes. Mas isso não significa aceitar tudo que é novidade que aparece e sim buscar conhecimento para julgar o que é melhor para nós, para nossas empresas, nossa sociedade e para o que estiver em questão. Inovar com responsabilidade e conhecimento e não se acomodar dentro só daquilo que nos foi ensinado. 
  
Permanecer acomodado até que alguma outra força, que não nossa própria vontade, nos faça mudar pode muitas vezes comprometer nossa empresa, emprego até relacionamentos podem acabar sofrendo com isso.
Então não deixe as coisas se acomodarem, como dizem somente as pedras que rolam não criam musgo. 

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