Antes de começar a falar sobre
zona de conforto, me sinto impelido a explicar porque mudei a descrição do blog
dizendo explicitamente que diria “mentiras” aqui. Primeiramente você poderá se
perguntar, porque lerá alguma coisa que por si só já se diz como mentira, eu
logo me sinto no dever de perguntar se você vive apenas de verdades? E como
você decide quais são as suas verdades? E mais, você liga a televisão para
assistir as verdades dos jornalistas, políticos e autores de novela? Você lê
livros de ficção pela verdade que eles te trazem? O que é verdade para uma
pessoa, necessariamente é verdade para todas?
O que é verdade se não aquilo que você, em algum momento, decidiu ser
verdade?
Imagine um time (e pode ser de qualquer esporte) que
possui um belo estádio, acomodações confortáveis e um púbico que sempre o
apoia. Este time quando joga em casa é o retrato da confiança, da ousadia, da
força de vontade e em seu estádio ele nunca perde, indiferente de que time
enfrente. Contudo, ele vai jogar seu primeiro jogo fora e perde... E por alguma
razão eles preferem então, não jogar mais fora de seu estádio, afinal jogos lá
sempre são bons e fora de casa eles perderam... Parece um raciocínio lógico! Ok, mesmo que seja bizarro... Contudo,
mesmo que este time vença todas as partidas em seu estádio, ao não jogar nos
estádios dos adversários ele não soma pontos! E assim, por maior que seja a
festa dentro do seu estádio, nunca será campeão de um torneio. Quer exercitar
mais um pouco a imaginação?
Imagine uma pessoa que nasce, vai
para sua casa com sua família, cresce em um bairro tranquilo ou não, vai de casa para sua escola e da
sua escola para casa, rotineiramente com os mesmos colegas, pelo mesmo caminho,
nos mesmos horários. Os dias se passam, ela arranja um emprego por intermédio
de um conhecido, e faz sempre o mesmo percurso de casa para o trabalho e do
trabalho para casa, afinal ela sabe que aquele caminho leva aonde ela deve ir,
pois já haviam dito isso a ela. E outros caminhos ela não conhece, então melhor
seguir pelo que já está sendo feito. Ela segue no mesmo emprego, mesmo que não
goste dele e que o salário não seja lá estas coisas... Mas a pessoa não para
por ai, ela casa com uma pessoa que ela não gosta muito, mas sabe que aquela
pessoa vai fazer direitinho o papel de companheiro/a dela, então está tudo
ok... Historinha chata né? Mas quantas
vezes não vemos a alguém ou nós mesmos presos dentro de ciclos infinitos de
coisas que não gostamos, mas repetimos religiosamente esperando que nossas,
mesmas, atitudes sejam capazes de gerar um resultado diferente e que nos
agrade?
Mas sendo lógico, se você é feliz
com as coisas que faz siga em frente, pois já achou o melhor caminho para sua
vida. Caso não seja em algum detalhe, fica uma dica: reclamações, em geral, não
tornam nossa vida melhor, atitudes sim... Certa vez fui encontrar amigo em um
shopping e chegando lá uma amiga estava a reclamar da faculdade, do estágio e
de como tudo isso a deixava mal. E ela estava tão enfática que ao cumprimentar
meu primeiro amigo da mesa, ele já me avisou sobre o ocorrido afim de que eu me
preparasse. Quando finamente sentei, após cumprimentar todos, minha amiga foi
retomou suas “lamentações” e após sua primeira frase eu a interrompi, olhei
para ela e perguntei rapidamente (sem
pensar nas consequências admito):
- Ok, mas o que você esta fazendo
para mudar isso?
Um silêncio se abateu (acho que as pessoas pensaram que agora ia
vir coisa pior), ela olhou fixamente para mim, seu rosto avermelhou-se e
ela me respondeu em tom baixo:
- Nada acho, eu só tenho é reclamando
mesmo...
Quantas vezes deixamos de fazer
algo simplesmente pelo fato daquilo ser diferente do que estamos acostumados e
até criticamos quem o faz, como se isso protegesse o ritual sagrado das nossas
rotinas (apesar de, às vezes, nem
gostarmos muito delas)... Procuramos
nos colocar dentro de um casulo, onde decidimos o que entra e o que sai,
ficando confortáveis com aquilo que já temos e acomodados com aquilo que já
sabemos. Mesmo que este “conforto” faça que neguemos veementemente a existência
de várias coisas... De forma simples, o fato é que não há crescimento sem novas
experiências, e não há novas experiências se não deixarmos de fazer o que
fazemos sempre, para tentar algo melhor. Você não precisa pular de paraquedas ou escalar
o Everest (pode, mas não precisa).
Pode
aprender uma língua nova, aprender a tocar um instrumento musical, conhecer
lugares novos... O intuito é ir reformando seu casulo, tornando-o mais espaçoso
e ainda mais confortável, de forma que você vai se sentindo mais a vontade em
situações que antes não eram tão boas, e de reforma em reforma seu casulo será
seu castelo e o mundo seu jardim.
SE AQUILO QUE VOCÊ FAZ NÃO ESTA
FUNCIONANDO, FAÇA OUTRA COISA!
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